Cirurgia bariátrica – mitos e verdades

cirurgia bariátrica vem sendo apresentada, em algumas ocasiões, como a “solução ideal” para casos de obesidade grau III. É importante observar que existem restrições até a completa recuperação do paciente. O Dr. Amélio F de Godoy Mattos – Chefe do Serviço de Nutrologia e Metabologia do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE), ex-presidente da SBEM Nacional – esclarece algumas dúvidas sobre a cirurgia.

 Existem variações das formas de Cirurgia Bariátrica? Quais são?

Dr. Amélio F de Godoy Mattos – As cirurgias podem ser divididas em dois tipos: o primeiro, onde há uma redução do tamanho do estômago, estabelece restrições. Existem três variações neste tipo de cirurgia bariátrica. Elas são denominadas: 1) banda vertical ajustável; 2) gastroplastia vertical; 3) gastroplastia vertical com by-pass em y de Roux. Esta última, chamada Capella ou Fobi-Capella, é a mais utilizada e foi desenvolvida por cirurgiões. Além da restrição por diminuição do volume do estômago, ocorre uma pequena disabsorção dos alimentos, porque eles deixam de passar pela primeira parte do intestino delgado.

O segundo tipo de Cirurgia Bariátrica é a disabsortiva (ou Derivação bilio-pancreática), chamada de cirurgia de Scopinaro. Neste caso, o paciente tem mais liberdade de comer maior quantidade de alimentos, já que não há grande diminuição do estômago que fica com 2/3 do seu tamanho. O que funciona aqui é o grande desvio do alimento, que vai para o intestino grosso.

Em que casos de obesidade a cirurgia é recomendada? Quais as contra indicações?

Dr. Amélio F de Godoy Mattos – A recomendação é para pacientes com índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 40, ou igual ou maior que 35, caso ele tenha comorbidades associadas à obesidade, como diabeteshipertensãodislipidemias. A cirurgia também é indicada em pacientes com idade entre 18 e 65 anos e história de tratamentos clínicos, por pelo menos 1 ano, sem sucesso.

Em todos os casos existem duas perguntas a serem respondidas: 1) o paciente está dentro dos critérios de indicação? 2) há algum critério de contra-indicação, tais como doenças graves como cirrose hepática, doenças renais, psiquiátricas, vícios (droga, alcoolismo), disfunções hormonais, etc?

Em todos os casos o paciente deverá, obrigatoriamente, ter pleno conhecimento das características, necessidades, riscos e limitações de cada cirurgia. Ele deverá participar de reuniões com a equipe multiprofissional e com pacientes já operados para poder ter certeza da sua decisão.

Que profissionais estão envolvidos na cirurgia?

Dr. Amélio F de Godoy Mattos – A equipe é composta por cirurgiões, endocrinologista, nutricionista, psiquiatra ou psicólogo (no nosso caso preferimos ter os dois)

É necessário o acompanhamento psicológico?

Dr. Amélio F de Godoy Mattos – O acompanhamento não é obrigatório. Somente para aqueles em que o endocrinologista ou cirurgião julgue necessário. Todos, sem exceção, têm de passar por entrevista prévia com o psicólogo ou psiquiatra.

Quais os cuidados a serem tomados antes e depois da operação?

Dr. Amélio F de Godoy Mattos – Depende de cada caso, mas há uma regra geral: avaliação clínico-laboratorial com exames de sangue, radiografia de tórax, ultra-sonografia e ou tomografia do abdômen, avaliação cardiológica, endoscopia digestiva e pesquisa de H. Pylori e avaliação de função respiratória que será quão mais aprofundada quanto mais obeso ou complicado seja o caso. Caso o paciente tenha alguma doença que necessite tratamento e controle prévio a cirurgia será adiada até que se obtenha a melhor condição clínica.

Quais as reações do organismo após a operação?

Dr. Amélio F de Godoy Mattos – O paciente já sai do hospital, em média, com menos dois quilos. Nos primeiros meses, a redução no peso chega ser de sete a oito quilos. Os pacientes com quadro de diabetes melhoram imediatamente, chegando a reduzir ou interromper o uso de insulina (diabetes tipo 2). A complicação mais difícil de ser tratada é a pressão arterial. Ela demora mais a estabilizar e o paciente não interrompe o uso de medicamentos.

Os pacientes operados deverão continuar a fazer dieta após a operação?

Dr. Amélio F de Godoy Mattos – A expressão correta não é “fazer dieta”. Os pacientes necessitarão uma orientação nutricional para evoluírem de uma alimentação líquida para pastosa e, depois, para sólida. Há a necessidade de suplementar a dieta com compostos ricos em proteínas nos primeiros dias ou meses, cuidadosa orientação para os alimentos que podem causar “impactação” e orientação permanente para uma alimentação com os vários micronutrientes e macronutrientes. Isto varia de paciente para paciente. Em alguns posso necessitar suplementar mais cálcio, em outro ferro e vitamina B, etc.

Após a cirurgia o paciente continuará usando algum medicamento?

Dr. Amélio F de Godoy Mattos – Sim. O maior problema destas cirurgias a longo prazo é a desnutrição. Entenda-se aqui que um déficit de vitamina B12, embora não haja déficit de outras vitaminas ou de algum macronutriente. Casos de desnutrição são comuns. Em pacientes com desnutrição grave é necessária a internação. É obrigatório a suplementação com vitaminas e, frequentemente, temos que repor mais a B12. O ferro também é necessário com frequência.

Porque a suplementação nutricional é importante na dieta após a cirurgia bariátrica

A cirurgia bariátrica hoje é considerada o método mais eficaz para controlar e tratar casos de obesidade severa. Além de ajudar na perda de peso, seus benefícios incluem a melhora ou cura de doenças crônicas como diabetes e hipertensão.

Porém, devido a limitação de ingestão e absorção de nutrientes na dieta pós cirurgia bariátrica, os pacientes têm um risco mais elevado de desenvolver deficiências nutricionais.

A deficiência de diversas vitaminas tem sido notada, inclusive, antes mesmo do procedimento cirúrgico, o que mostra a necessidade de acompanhamento nutricional.

Porém, para prevenir ou tratar as deficiências nutricionais que podem surgir com as mudanças anatômicas resultantes da técnica cirúrgica escolhida, é preciso utilizar a suplementação nutricional na dieta pós-bariátrica.

Como funciona a cirurgia bariátrica

Uma das técnicas mais utilizadas é a derivação gástrica em Y-de-Roux.

Esse procedimento diminui o tamanho da cavidade gástrica, limitando a quantidade de alimentos que pode ser ingerida, e também reduz a área do intestino que tem contato com o alimento.

A perda de peso acontece tanto pela redução na ingestão de alimentos, má absorção de nutrientes como pelo efeito fisiológico, por meio das mudanças hormonais e vias de sinalização no sistema nervoso central. Atualmente é sabido que o efeito fisiológico representa o mecanismo mais importante para emagrecimento e controle das doenças relacionada à obesidade.

Os principais nutrientes que podem não ser absorvidos corretamente pelo corpo na dieta posterior à cirurgia bariátrica são: ferro, tiamina, ácido fólico, cálcio e vitaminas A, B12, D, E e proteína. A deficiência nutricional pode ocorrer dependendo da técnica cirúrgica, estado nutricional prévio a cirurgia e individualidade do paciente.

Assim, a dieta do pós-cirúrgico é fundamental para o bem-estar e a saúde do paciente. Além de uma alimentação saudável e balanceada, é indicado o uso de suplementação nutricional para tratar e prevenir as possíveis deficiências nutricionais.

A importância da suplementação na dieta pós-cirurgia bariátrica

Para um corpo ser considerado saudável, ele precisa de nutrientes diversos em quantidades específicas. Os minerais e as vitaminas também são essenciais para diversos processos biológicos responsáveis por regular o peso corporal de forma direta ou indireta.

Esses micronutrientes ajudam na regulação do apetite e da fome, do metabolismo de carboidratos e lipídios, da taxa metabólica, da absorção de nutrientes, das funções das glândulas suprarrenal e tireoide, de atividades neurais e do armazenamento de energia, entre outros.

Assim, a inclusão da suplementação nutricional na dieta pós-cirurgia bariátrica deve ser procedimento padrão. Isso porque muitas vezes os sintomas dessas deficiências passam despercebidos, fazendo com que o problema só seja notado quando já se agravou.

A suplementação proteica é outro ponto essencial, pois assim como as vitaminas e minerais, ajuda o paciente a perder peso de forma saudável, no seu bem-estar e qualidade de vida. Lembrando que a suplementação nutricional precisa ser feita considerando as necessidades de cada paciente.

 

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5 motivos para afirmar: emagrecer com cirurgia bariátrica não é fácil

Comigo nunca aconteceu (até agora), mas sei que é extremamente comum ouvir variações da seguinte frase: “mas, com bariátrica, até eu emagreço!”. Não condeno quem pensa assim. Até eu mesma ser operada, via a cirurgia como uma ferramenta que me permitiria fazer com facilidade o que jamais consegui – fechar a boca. Cheguei a dizer, inúmeras vezes, “esta cirurgia será um freio”, “será uma barreira física que me impedirá de comer”, “vou poder comer tudo, só que pouco, e nunca mais vou engordar”.

O que eu estava querendo era terceirizar uma responsabilidade que sempre foi minha. Hoje, penso que abracei essa responsabilidade, mas não sem contar com uma ajuda externa, que tive a coragem de pedir. Para mim, que trabalho com questões psíquicas, era ainda mais difícil assumir essa dificuldade. Criei a fantasia de que precisava ser perfeita. E isso tinha tudo a ver com gerir com eficiência meu consumo de calorias e gorduras, além dos níveis de sedentarismo. Suspiro de alívio: que bom, eu não preciso ser perfeita, nenhum psicanalista precisa e, na verdade, é até bom que não seja.

Voltando à frase que mais cedo ou mais tarde atinge os bariátricos, a de que é fácil emagrecer com cirurgia, acho que só é possível desconstruir esse tipo de pensamento a partir da experiência. As cirurgias bariátricas ou metabólicas têm dois lados, um ótimo e outro verdadeiramente ruim. É preciso abrir mão de parte do estômago e, em alguns casos, mudar a rota do intestino para descobrir.

O que eu descobri neste primeiro mês é que agora tenho uma nova chance de mudar de vida. Não só de perder peso, o que, evidentemente, acontece, mas de cultivar novos hábitos. Eu perdi 11 quilos desde que operei e já me sinto muito mais disposta. Durmo menos (antes, eu praticamente hibernava), ando mais, muito mais, sem perder o fôlego, consigo recusar iguarias que antes repetiria sem dó ou sofreria demais se comesse só uma porção. Finalmente, vejo alguns contornos corporais se definindo no espelho.

O lado complicado vem em forma de lista. Preparados?

1) Cirurgias são arriscadas

De acordo com o dado mais recente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, de 2010, a taxa de mortalidade média relacionada à operação por via laparoscópica (o meu caso) é de apenas 0,23% – abaixo do índice de 1% estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) -, contra 0,8% a 1% da cirurgia aberta (laparotomia). É um risco baixo, mas existe. E eu poderia ter morrido. Não senti medo de operar até me ver deitada numa maca fria, com um avental revelador (e constrangedor) e chegar ao centro cirúrgico. Como não tenho religião, crença ou mesmo fé em qualquer deus, tive que me lançar ao incerto da vida e esperar voltar da anestesia com saúde. Meus últimos pensamentos antes de apagar tinham a ver com “precisava mesmo estar aqui?”. Bem, eu queria.

2) Durante 21 dias você não vai ingerir nada além de líquidos ralos (nem sopinha cremosa pode)

Cada cirurgião segue seu protocolo, então talvez você conheça alguém que não passou 21 dias fazendo uma dieta líquida. Mas todos, todos os cirurgiões, irão estabelecer um prazo para que você só tome líquidos, nada mais, em goles pequenos por uma semana, duas, três ou até um mês. Não existe fome, mas isso não significa que você não enlouqueça sentindo aromas. E eles parecem ainda mais intensos e tentadores. A definição perfeita de privação (não no conceito psicanalítico).

3) Comida, finalmente!

Você sonhou tanto com esse dia e agora ele está bem aqui, à sua frente. Prepare-se para entalar. A verdade é que para você ter uma boa experiência em sua primeira refeição de verdade, será necessário mastigar muito bem os alimentos. Tão bem que eles deverão ficar pastosos antes de chegar ao estômago. Nesse processo, a comida vai perdendo seus sabores e texturas. Não é de todo ruim, na verdade é excelente prestar atenção ao ato de comer. Mas exige uma adaptação e tanto. E quando você esquece, lá estão dores horríveis a lembrar que um pedaço de comida está parado na entrada do seu estômago. E não há jeito de fazer descer. Resta esperar.

4) O medo de tudo ser em vão

Pessoas que sofrem para emagrecer ou mesmo que não conseguem emagrecer irão continuar lidando com esse fantasma após a cirurgia. O corpo pode ter uma grande ajuda para acelerar o metabolismo, mas em alguns momentos ele vai parar, simplesmente parar. Mesmo comendo pouco e comendo coisas saudáveis, será comum enfrentar períodos de estagnação e a sombra da vergonha, frustração e desespero vai começar a dar o ar da graça. O que nos leva ao quinto tópico desta lista.

5) É preciso se controlar

Ou seja, voltamos ao começo do texto. Pessoas que fizeram cirurgia bariátrica não poderão comer qualquer besteira com frequência. A simples diminuição das quantidades não garante que não haverá reganho de peso, razão pela qual muitos operados voltam a engordar ou não conseguem emagrecer tanto quanto gostariam. Emagrecer com cirurgia é um empurrão para, rapidamente, adotar práticas saudáveis que o antigo peso impossibilitava (além dos fatores psíquicos, como vergonha de sair de casa). Com a cirurgia, é possível perder 30, 40 quilos em meses. Sem cirurgia, isso pode levar anos. Mas, como a maior parte das pessoas, nós também precisamos vigiar o que comemos para o resto da vida. Então pergunto: será que existe mesmo um caminho fácil?

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Estudo inédito aponta que a pressão alta é controlável com o procedimento – e faz especialistas discutirem o futuro do que já se chama “cirurgia metabólica”.

Um dos trabalhos que mais chamou a atenção no último Congresso Americano de Cardiologia, realizado no início do mês na Califórnia, é brasileiro. Não para menos: a pesquisa, feita no Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, indica que a cirurgia bariátrica pode ser mais eficaz do que os remédios no combate à hipertensão de difícil controle.

“É a primeira vez que se mostra, com o mais alto nível de evidência, que ela tem efeito específico contra essa doença, assim como já vimos no diabetes tipo 2”, aponta o cirurgião Ricardo Cohen, coautor do artigo e coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na capital paulista.

No levantamento, 100 hipertensos com IMC (índice de massa corpórea) entre 30 e 39,9 – o que os caracteriza como obesos – foram divididos em dois grupos, sendo que todos já usavam pelo menos dois medicamentos. Metade foi submetida à redução de estômago e seguiu tomando remédios, enquanto o restante combinou as pílulas com orientação nutricional.

A expectativa inicial era a de que a cirurgia diminuísse em 30% o número de drogas ingeridas diariamente. Mas o resultado surpreendeu: um ano depois, 51% dos operados voltou a exibir níveis normais de pressão e parou de engolir os comprimidos, algo que não aconteceu em ninguém da outra turma. Só não se sabe se, depois de mais alguns meses, a hipertensão voltaria a dar as caras (e se as medicações evitariam isso).

“De qualquer jeito, o mais interessante é que a melhora começou a aparecer antes de o peso diminuir, provavelmente por causa das mudanças metabólicas promovidas pelo procedimento”, aponta Carlos Schiavon, cirurgião bariátrico e autor principal do trabalho.

O achado vem pouco tempo depois do uso da bariátrica ser ampliado para diabéticos tipo 2 com IMC acima de 30 – antes, ela só era preconizada para pacientes com esse número na casa dos 35. E chama a atenção, porque a pressão cronicamente alta é mais prevalente no Brasil do que o diabetes.

“Para ter ideia, 80% dos diabéticos são hipertensos, mas só 25% dos hipertensos são diabéticos. Estamos falando de 35 milhões de pessoas, e sabemos que o controle da doença hoje é precário”, expõe o cardiologista Marcus Bolívar Malachias, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

A investigação ainda precisa continuar por muito mais tempo antes de tirarmos conclusões finais. Contudo, ela abre precedente para que a operação de redução de estômago vire uma opção contra a hipertensão. Até mesmo porque a balança tem muito a ver com o distúrbio.

O peso da hipertensão

“Os estudos mostram que cerca de 12% dos hipertensos são resistentes aos tratamentos, sendo que 80% deles são obesos, um grupo que está em risco muito maior de infartos e derrames”, aponta Malachias.

Em outras palavras, emagrecer com medidas mais conservadoras (exercício físico, alimentação saudável…) melhoram demais o quadro. “Dados robustos indicam que dez quilos a menos já reduzem de 5 a 20 milímetros de mercúrio da pressão sistólica”, destaca o cardiologista Luiz Aparecido Bortolotto, diretor da Unidade de Hipertensão do Instituto do Coração, em São Paulo. Exemplo: um sujeito com 140 por 80 (ou 14 por 8, considerado um hipertenso hoje) chegaria até aos saudáveis 120 por 80 (12 por 8).

Isso por vários motivos. “No obeso, há uma maior retenção de líquidos e de sódio, além da liberação de substâncias inflamatórias que aumentam a resistência dos vasos. Sem contar que esses indivíduos frequentemente têm apneia do sono, condição que contribui para o quadro”, explica Bortolotto.

Quando recorrer à cirurgia

Antes, a indicação para a redução de estômago era possuir um IMC acima de 40. Ou mesmo acima 35, desde que com comorbidades associadas, a exemplo do próprio diabetes e da hipertensão.

O fato de a barra ter caído para 30 no caso dos diabéticos abre espaço para se pensar em operar também hipertensos com IMC entre 30 e 34,9 – a obesidade de grau 1, como denominam os experts. Cabe lembrar que esse, digamos, excesso de peso menos grave foi incluído na pesquisa do HCor.

“Determinadas pessoas ficam doentes já nessa etapa, e esse é um fator determinante para indicar a cirurgia”, comenta Caetano Marchesini, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. “Mas ela não deve de forma nenhuma substituir o tratamento clínico, com remédios e outras intervenções”, completa. Segundo ele, o procedimento seria uma opção para quando o indivíduo não responde aos métodos convencionais.

Malachias dá sua opinião: “Acho válido pensar em redução da faixa mínima recomendada, especialmente para o hipertenso grave. Mas é preciso tomar cuidados para que ela não se prolifere sem os critérios adequados”.

Já a médica Maria Edna de Melo, presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), adota um tom mais crítico. “Os dados atuais são insuficientes para recomendá-la nessa situação”.

Por quê? “Os estudos até agora avaliam o desfecho num período que chamo de lua de mel, de um a dois anos depois da cirurgia, quando os pacientes apresentam seus melhores resultados”, opina Maria Edna. “Trata-se de um procedimento invasivo e irreversível, então é preciso muito cuidado na hora de recomendá-la a um paciente que poderia perder peso de outras maneiras”, encerra a médica.

E é inegável: a cirurgia metabólica realmente traz efeitos adversos consideráveis. Daria para destacar a maior dificuldade de absorção de nutrientes, o que pode gerar deficiência nutricionais. E mesmo o risco elevado de desenvolver uma compulsão ou transtorno psiquiátrico.

Ou seja, a cirurgia bariátrica não é o Santo Graal contra a hipertensão. Nem contra a obesidade ou o diabetes. E sua indicação exige critério e acompanhamento de vários profissionais.

Cirurgia bariátrica tem aumento de pacientes no mundo todo

A disposição para enfrentar as dietas é cada vez menor e cresce o número de pessoas que partem para a bariátrica sem tentar outro tratamento antes.

Cientistas de vários países participaram de um estudo que concluiu que o número de pessoas que fazem cirurgia bariátrica está crescendo em todo o mundo

Aquela barriguinha e os números não mentem, está todo mundo ficando mais gordo. Um estudo publicado nos EUA mostrou que de cada três pessoas no planeta, uma tem sobrepeso, e de cada 10, uma é obesa.

Era o caso da pedagoga Daniela Alves Basseti. Ela fez a cirurgia bariátrica, popularmente conhecida como cirurgia de redução de estômago, um tratamento cada vez mais comum.

Um relatório da ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar aponta um crescimento de 20% nos últimos dois anos no número de cirurgias. Já são 100 mil por ano no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica.

Elas estão cada vez mais seguras e também por causa disso, muita gente está partindo direto para a cirurgia, sem tentar nenhum tratamento antes.

“A gente acaba tendo uma população grande de pacientes indo para a cirurgia, que talvez se beneficiasse de tratamento clínico, que existe e é seguro também para o paciente”, explica Maria Edna de Melo, diretora do Depto. de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Fazer exercícios e fechar a boca são os remédios conhecidos para perder peso, mas nem sempre são suficientes. Para saber se é hora de procurar ajuda médica, um bom indicador é o Índice de Massa Corporal, um cálculo feito com base na altura e no peso. E não adianta encolher a barriga: os números não mentem.

O cálculo é o seguinte: divida seu peso pela altura, depois divida o resultado novamente pela sua altura. Se o resultado for até 24,9, você está dentro da normalidade. Se for igual ou superior a 25, isso significa sobrepeso. Igual ou acima de 30, obeso. Igual ou acima de 35, você pode ser elegível para cirurgia se tiver doenças como diabetes. Igual ou acima de 40, mesmo sem nenhuma doença, a cirurgia já é recomendada.

“Nós temos hoje no Brasil 4,5 milhões de pacientes que podem se beneficiar com o tratamento, obviamente depois de tentado o tratamento clínico, que falha na grande maioria das vezes nessas populações, e aí se indica a operação. Então, de 4,5 milhões, estão sendo operados, mais ou menos, 100, 110 mil por ano, isso dá entre 2 e 2,2%, um percentual muito pequeno de cirurgia bariátrica pelos benefícios que ela dá”, diz Ricardo Cohen, coordenador do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

A enfermeira Judith de Paula, que trabalha com o Doutor Ricardo, fez a cirurgia e deixa um alerta. “Cirurgia não é milagre. A cirurgia te ajuda, mas você tem que se controlar, por exemplo, quando tem vontade de comer doce. Eu compro um chocolate, como um pedaço que me satisfaz e nem levo para casa o restante. Dispenso pelo caminho, que é para não ficar dentro de casa”, diz.

Uma duvida bem recorrente é:

No processo de cirurgia Sleeve, tambem existe a necessidade de suplementação?

Se você procura a resposta NÃO, não encontrara em nenhuma recomendação médica. A cirurgia Sleeve também existe restrição alimentar e uma pequena falta de absorção de vitaminas/minerais, a verificação constante de exames e retorno medico deverá ser uma obrigação independente do tempo de cirurgia.

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Infelizmente é comum vermos pessoas que não seguem as recomendações médicas após a cirurgia, é mais comum ainda, diversos pacientes deixarem de visitar seus médicos/equipe multidisciplinar para consultar grupos e pessoas diversas.

Ontem recebemos algumas dúvidas referente a suplementação, uma pessoa comentou que estava muito fraca e que além do cabelo, os pelos da sombrancelha começaram a cair. PESSOAL ! A qualquer sinal de “problema” como queda de cabelo, unhas quebradiças, fraquezas excessivas, procure imediatamente seu médico para dar continuidade no acompanhamento pós cirurgico e lembrem-se: Ser Bariátrico é para a vida toda! Cuide bem de sua saúde com suplementação adequada e de qualidade!

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Vida Nova? O que mudar após a bariátrica?

Mas afinal, você sabe qual é a “mudança de estilo de vida” que deve ocorrer após Bariátrica?

É muito comum escutarmos de vários experts no assunto quando dissemos que operamos: “Mas você mudou o estilo de vida?” sem falar na famosa hashtag #vidanova utilizadas pelos amigos de grampo, mas você sabe o significado real disso?

Para que as mudanças ocorram, não adianta sair mudando tudo de forma desordeira, primeiramente é preciso ENTENDER e ORDENAR estas mudanças.

Vamos postar 4 dicas rápidas!

1 – Entendendo a Obesidade: Quando se entende o motivo pelo qual se tornou obeso, já é um grande passo. Será pelo Sedentarismo? Compulsão alimentar? Ingestão de macronutrientes de forma descontrolada? Resistência, Insulina? A soma de tudo isso e mais um pouco? Entender para mudar! O fato é que: se a receita do bolo não mudar, não pense que terá um resultado diferente no final de tudo.

2 – Reposição adequada de vitaminas e minerais: Infelizmente vemos muitos casos de pessoas com anemias após a cirurgia, principalmente pelo descuido e falta de acompanhamento após a cirurgia. Sem falar na ingestão de polivitamínicos de baixa qualidade. Sugerimos de olhos fechados o COMPLETO polivitamínico +23 da BeltNutrition (www.beltnutrition.com.br) e ainda possui um desconto de 10% utilizando o cupom: BARIATRICOS

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3 – NÃO deixar de Suplementar: Está é outra questão que sempre ocorre, devido a baixa absorção de nutrientes, devemos na maioria das vezes suplementar pra suprir as necessidades diárias, mesmo que não goste de whey (por exemplo), utilize variações e receitas para ir acostumando o paladar. A suplementação poderá te acompanhar para a vida toda, então não desista!

4 – Endorfine-se ! Descubra um novo esporte que goste, crie rotinas de treinamento e quem sabe metas! Depois transforme esta nova rotina em hábito e posteriormente em disciplina! Muito bacana ver por aí bariátricos Maratonistas, concluindo travessias marítimas ou ralando muito em WoD (“Work Out of the Day”) insanos de Crossfit. Aproveite a perda de peso para ganhar saúde em todos os aspectos !

Gostou? Compartilhe e boa sorte !

Gravidez após cirurgia bariátrica

cirurgia de redução de estômago é a solução encontrada por pessoas que sofrem de obesidade mórbida e que precisam emagrecer com urgência para não colocar a saúde em risco. Este método agressivo muda completamente o corpo e a mentalidade da paciente, mas será que a impede de engravidar?

De acordo com a ginecologista e obstetra Bárbara Murayama, a mulher pode ter filhos após passar pela cirurgia bariátrica, mas necessita de uma série de cuidados extras e de um acompanhamento médico mais rigoroso.

Cuidados na gravidez após cirurgia de redução do estômago

“Esta é uma gestação de risco. Quem fez a cirurgia passa a ter deficiência na absorção de nutrientes, o que pode afetar o desenvolvimento e o ganho de peso da criança”, explica a especialista. “Por isso, o ideal nestes casos é que haja um acompanhamento multidisciplinar: ginecologista, nutricionista e gastroenterologista”.

 A alimentação merece um cuidado especial. Por ter dificuldades em absorver vitaminas e minerais, a mãe pode não transmitir ao feto todos os nutrientes de que ele precisa, resultando na restrição do crescimento dele. A ingestão de suplementos e o acompanhamento médico se fazem necessários nestas situações.

Depois da cirurgia, a mulher fica sujeita a crises de hipoglicemia, que só podem ser evitadas com a alimentação regrada. “O paciente que foi obeso passa mal ao ingerir grandes quantidades de alimento. Por isso, a solução é comer pouco e sempre. No máximo de três em três horas. Para algumas grávidas, é necessário diminuir este intervalo”, afirma a especialista.

A produção de leite também pode ficar comprometida pela baixa concentração de nutrientes no corpo da mãe. “Pode ser que ela amamente apenas parcialmente por não produzir leite suficiente ou que produza leite, mas ele seja pobre em nutrientes. Mas isso só é possível saber ao acompanhar o ganho de peso da criança”, esclarece.

Riscos da obesidade

A mãe obesa expõe o bebê a uma série de doenças, como pressão alta e diabetes, além de estar mais propícia ao trabalho de parto prematuro, eclampsia, descolamento de placenta e aborto.

Vale ressaltar que a cirurgia bariátrica obriga a mulher a adotar um estilo de vida mais saudável, que certamente será passado à criança. “Os filhos comem o que os pais comem. Ao mudar a atitude alimentar, a mãe deixa os pequenos menos sujeitos a desenvolver obesidade ou doenças como hipertensão”, explica.

 

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Por mais incrível que possa parecer, esta pergunta é muito recebida em nosso blog e contatos com novos bariátricos aqui pelo facebook/instagram.

Não estou aqui recriminando a pizza mas sim a pergunta, poderia ser o pudim, algum fastfood ou qualquer outra comida com base em farinha refinada e\ou açúcar.

Mas vamos pensar o seguinte, quando você acorda diariamente, é isso que deseja?(se respondeu que sim, mesmo que por brincadeira, volte duas casas no jogo contra a obesidade kkkk) Quando a pessoa que você se espelha para um futuro melhor abre os olhos pela manhã, será que é isso que ela deseja? Agora vamos pensar mais seriamente ainda: Imediatamente após acordar no centro cirúrgico, onde passará por uma cirurgia que tem sim um certo risco, abrirá os olhos e perceberá que está vivo e estará recebendo uma nova chance de fazer tudo diferente e ter uma vida mais saudável, é isso que irá desejar? Acredito que não !

Eu, particularmente, acordei do centro cirúrgico pensando em minha filha, agradecendo pela cirurgia ter dado certo e que estava tudo bem, agradeci por esta nova chance de redescobrir todos os gostos e desejos novamente, acordei desejando fazer diferente e fazer com que as pessoas que apostaram em mim tenham orgulho e as que duvidaram de mim sintam orgulho também (sem rancor né?!)

Vamos fazer diferente, sem neuras e aproveitando as situações sabiamente, mas sem pensar nos mesmos erros como padrão de vida novamente. Acredite em você, vai dai dar certo!