Você sabe a importância do uso de vitaminas/suplementação pós Cirurgia Bariatrica?

Após a cirurgia, é normal o cirurgião receitar o uso de polivitaminicos e reposição especifica para cada paciente, porem devemos ter em mente duas coisas importantes:

1) Não existe de forma geral uma quantidade “certa” para bariatricos, algumas pessoas precisam suplementar mais e outras menos, depende de cada organismo e tipo da cirurgia realizada.

2) Com o desvio do intestino (realizada na bypass) existe a falha de absorção de alguns nutrientes, simplesmente por eles não “passarem” pelo caminho que antes era absorvido, por esta razão, mesmo comendo excelentissimamente bem, a absorção completa que necessitamos dificilmente ocorrera, então cuide bem das suas taxas e suplemente corretamente !

Um dos melhores polivitamínicos do mercado nacional é o Belt +23, utilizado amplamente por diversos Bariatricos! nós temo 10% de desconto em todo o site do fabricante e dependendo do pedido ainda pode sair com FRETE GRÁTIS !

Quando iniciar as atividades físicas pós bariátrica ?

Essa pergunta é, alem de muito importante de ser seguida, ,devido aos riscos envolvidas, como importante para ser ENTENDIDA devido a importância pós cirurgia.

Eu (@bariatric_life, não sou eu na foto acima hehe) iniciei caminhadas leves logo que fui liberado pelo cirurgião, com 30 dias, e sempre tive comigo o seguinte: “Aproveitar o primeiro ano da cirurgia para viciar na endorfina e com a ajuda da cirurgia, ganhar saúde!”, então tentei varias coisas, crossfit, academia com personal para virar maromba, mas o que me enfeitiçou mesmo foi a CORRIDA.

Pesava 131,5kg quando operei, com 6meses pós operação fiz minha primeira corrida de rua.. 5km interminaveis, andei muito, trotei o tempo todo, mas eu estava la, tentando criar raizes neste novo vicio e estilo de vida. e posso dizer uma coisa: DEU CERTO! Entrei em uma assessoria esportiva (V8 assessoria aqui de Curitiba) e estou a poucos dias da minha segunda maratona =42km!

O ideal não é fazer a  cirurgia e ficar sentado no sofá esperando o milagre acontecer, sinceramente, esperamos esse milagre a vida toda! mexa-se, mude seu estilo de vida! Pode ser difícil no começo, todos temos dificuldades, mas quando olhamos para trás e vemos que conseguimos superar tudo, é muito gratificante e a vontade de continuar sempre em frente é ENORME !

Qual sua atividade física favorita? conte para nós !!

Recebemos muitos questionamentos e duvidas referente a este ponto, sempre quando alguém ira realizar uma cirurgia bariátrica, muitos perguntam e julgam “mas, vc precisa?”

Existem diversos pontos de vista com este assunto, vamos tentar clarear elas e caso tenha alguma duvida escreva nos comentários !

  1. Sua cirurgia é visando a estética? Você nunca tentou outras formas CONSISTENTES de emagrecimento? Você não possui o IMC adequado ou precisá “engordar” para fazer a cirurgia?

Se você se enquadra nestas respostas acima, com certeza não estará preparado para uma cirurgia de grande porte quanto a cirurgia bariátrica, não podemos banalizar este tipo de cirurgia, é uma alteração anatômica que trará “N” alterações na sua vida, comportamental, individual e você carregará o titulo de “bariátrico” para a vida toda! Utilize este recurso como um último tratamento da OBESIDADE, cuidar dos seus pensamentos, de como tratar a comida, de como alterar pequenos pontos do seu dia a dia para ir ganhando qualidade de vida, quem sabe assim não precisará da cirurgia. Avalie, discuta com mais de um médico e vamos procurar saúde com o sem cirurgia ! 😀

Consumo de bebida alcoólica após a cirurgia bariátrica

Logo após a cirurgia bariátrica (gastroplastia) os pacientes devem evitar bebidas alcoólicas, pois o álcool contém muitas calorias e pode prejudicar as mucosas do estômago e do intestino, e com isso reduzir a absorção de alguns nutrientes.

Isso acontece principalmente nos primeiros seis meses, quando ocorre uma readaptação do aparelho digestório.

A absorção do álcool nas cirurgias do tipo Bypass gástrico em Y de Roux é mais rápida, o que acelera a embriaguez mesmo com a ingestão de pequenas quantidades. Por isso, no período pós-operatório, recomenda-se o não consumo de bebidas alcoólicas e gaseificadas, como cerveja, pois o gás pode causar incômodo e dilatar o estômago com o passar do tempo.

Outro fator que podemos considerar é que as pessoas que emagrecem após a cirurgia de redução do estômago tendem a ter uma vida social mais agitada e muito mais disposição para sair e são nestes momentos que o consumo de bebida alcoólica pode aumentar. A recomendação é evitar por completo a ingestão de álcool, pois o resultado da cirurgia pode ser afetado. É necessário que haja controle por parte do paciente, lembrando sempre que a cirurgia bariátrica é apenas a metade do caminho.

Para aqueles que não dispensam um bom vinho, após seis meses é liberada – esporadicamente, uma taça da bebida.

A mudança no estilo de vida após a gastroplastia faz parte do processo e deve acontecer com todos os pacientes. Tendo sempre em mente que é preciso incorporar o novo estilo para que os resultados sejam eficazes não só em médio prazo, mas para o resto da vida.

“Nova bariátrica” não é cirurgia e ainda divide especialistas

Desde a adolescência, a farmacêutica Millene Kogan Copat, de 28 anos, lutava contra a balança. Com 1,67 metro e 88 quilos, era considerada “gordinha” por colegas — e, segundo a medicina, portadora de obesidade grau I, um dos tipos mais leves da doença. Ela havia tentado diversas dietas e remédios, sem sucesso, quando ficou sabendo, no ano passado, que a Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) estava em busca de voluntários para uma nova cirurgia bariátrica, batizada de gastroplastia endoscópica. Millene não pensou duas vezes e se inscreveu. “Era minha última esperança”, confessa.

Acabou sendo selecionada e se tornou a primeira brasileira a se submeter à operação, realizada no dia 27 de janeiro no centro cirúrgico da instituição de ensino. Desde que passou pelo procedimento, a farmacêutica emagreceu 10 quilos e espera perder outros 13. “Três dias depois, já estava me movimentando normalmente”, conta. Aprovada pela Anvisa no fim de 2016, a gastroplastia endoscópica consiste em diminuir entre 50% e 60% o tamanho do estômago, gerando saciedade.

Ao contrário da bariátrica tradicional, não há cortes. Um endoscópio flexível com uma câmera de alta resolução e uma agulha em sua ponta é inserido pela boca até chegar ao estômago. Então, o órgão é “grampeado” e reduzido por suturas. A operação dura uma hora (trinta minutos menos que a convencional) e a anestesia é geral, como acontece na cirurgia tradicional. Os riscos pós-operatórios, como sangramento e perfuração, no entanto, são menores e a recuperação, mais rápida.

O paciente recebe alta no mesmo dia e pode retomar as atividades em até uma semana. Para se ter uma ideia, na bariátrica convencional deve-se ficar quatro dias internado e de duas semanas a um mês de repouso. Não é preciso ter obesidade mórbida para passar pela operação. Obesos leves e moderados (graus I e II), com índice de massa corporal (IMC) de 30, podem fazer o procedimento.

Desde então, 2 000 cirurgias foram realizadas em doze países, entre eles Alemanha e Espanha. O procedimento só chegou agora ao Brasil porque a autorização demorou a sair. “Infelizmente, temos uma regulação burocrática e lenta por aqui”, lamenta Galvão Neto.

O preço estimado ficará em torno de 17 000 reais, 30% mais baixo que o das bariátricas tradicionais. “Nossa ideia também é levar a cirurgia à rede pública”, diz Eduardo Grecco, coordenador do serviço de endoscopia da FMABC e um dos integrantes do grupo brasileiro que trabalha com Galvão. A decisão de liberar a nova operação, no entanto, depende da aprovação de técnicos do Sistema Único de Saúde (SUS).

AS VANTAGENS DO PROCEDIMENTO

Sem cortes
Parte do estômago não é retirada, e sim “grampeada” por suturas.

Recuperação rápida
O paciente recebe alta no mesmo dia e volta às atividades cotidianas em uma semana.

Maior abrangência
Pessoas com obesidade de graus I e II também estão aptas para fazer a gastroplastia.

Preço em conta
Os custos estimados são 30% mais baixos que os das bariátricas tradicionais.

Qualquer intervenção cirúrgica tem seus riscos de complicações e até mortalidade.A chance de sucesso de uma operação bariátrica hoje em dia, sem óbito, é de 99,85 em Centros de Excelência.

O índice de complicações severas, que defino como aquelas que requerem alguma intervenção, seja por meio de tratamento clínico ou mesmo reoperações, é pequeno, por volta de 1 a 2%. Com o acesso laparoscópico, aperfeiçoamento dos materiais e treinamento das equipes cirúrgicas, esse número é pequeno.

Via de regra, as complicações são relacionadas à quantidade e gravidade das doenças associadas. Vale a pena salientar que as enfermidades que acompanham a obesidade, como o diabetes tipo 2, apneia do sono dentre outras, reforçam a indicação operatória e compensá-las antes das cirurgias é importante para menores índices de complicações.

 As complicações mais comuns nos procedimentos bariátricos e metabólicos são os vazamentos de costuras (chamadas fistulas) e a embolia pulmonar (que é comum a muitas cirurgias e mais frequente em cirurgias ortopédicas, por exemplo, do que as bariátricas). Esta última é prevenida com o uso de meias elásticas, compressores mecânicos dos membros inferiores e uso de anticoagulantes (medicações para “afinar o sangue”). Já as fístulas de maneira geral requerem reintervenção, seja por laparoscopia ou cirurgias abertas convencionais e recentemente até mesmo por endoscopia em casos selecionados. Outras complicações como sangramentos digestivos, intra-abdominais e até mesmo obstruções intestinais são menos frequentes ainda.

O que é fístula?

A principal complicação que é a fístula ocorre geralmente precocemente, nos primeiros dias e normalmente os pacientes ainda estão internados. Os sinais mais comuns são agitação, dor abdominal ou no ombro esquerdo e aumento da frequência cardíaca. Esses sinais precoces servem de alerta para a equipe médica para a investigação da causa, já que eles são comuns às fistulas e embolias pulmonares. A opção de tratamento clínico, cirúrgico ou endoscópico vai depender das condições do paciente, se está com repercussões sistêmicas, como hipotensão e outros sinais de infecção.

Os sangramentos de dentro da cavidade abdominal também ocorrem ainda durante a internação e os sinais de dor abdominal e taquicardia estão presentes, além de palidez das mucosas e pele se o sangramento for de alto volume. Já os digestivos, aqueles que aparecem de dentro do tubo digestivo, podem ser mais tardios (7 a 10 dias) e se exteriorizam através de vômitos ou fezes com sangue. Esses sinais devem ser imediatamente reportados ao médico assistente ou requerem a ida ao Pronto-Socorro.

Fístula é quando ocorre um “vazamento” do conteúdo do estômago ou intestinal para dentro da cavidade abdominal. De todas as complicações que existem relacionadas à cirurgia , esta é a mais temida pelos cirurgiões.

Atualmente, um dos grandes desafios das empresas que fabricam materiais para a cirurgia de obesidade é criar um produto que evite o aparecimento de fístulas.

Inúmeros produtos estão a disposição mas nenhum é comprovadamente eficiente na prevenção das fístulas.

As causas do aparecimento das fístulas são variadas. Entre as mais observadas estão: a ingestão alimentar exagerada pelo paciente nos primeiros dias de pós-operatório, uma deficiência do suprimento sanguíneo no estômago operado e até uma “rejeição” do estômago aos “grampos” utilizados na cirurgia.

As fístulas usualmente ocorrem em menos de 1% dos casos em serviços de cirurgia bariátrica de excelência. Em nossa experiência este número é de 0,5%.

Se algum cirurgião te falar que não tem fístulas… desconfie. Os números estatísticos que se referem à incidência de fístulas estão em todas as publicações médicas pelo mundo. Não acreditamos que este profissional tenha recebido uma bênção divina que faça com que só ele não tenha complicações.

Ter complicações faz parte do risco de qualquer cirurgia. É neste momento que você descobre se escolheu o cirurgião correto. Os melhores cirurgiões não precisam esconder a verdade e sabem o que fazer para resolver o problema.

As vantagens de perda ponderal, remissão de doenças graves e finalmente aumento da sobrevida a longo prazo quando a cirurgia é indicada corretamente, são incomparavelmente maiores que os pequenos índices de complicações e baixo índice de mortalidade, menor que muitas operações de grande porte.

Cirurgia bariátrica – mitos e verdades

cirurgia bariátrica vem sendo apresentada, em algumas ocasiões, como a “solução ideal” para casos de obesidade grau III. É importante observar que existem restrições até a completa recuperação do paciente. O Dr. Amélio F de Godoy Mattos – Chefe do Serviço de Nutrologia e Metabologia do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE), ex-presidente da SBEM Nacional – esclarece algumas dúvidas sobre a cirurgia.

 Existem variações das formas de Cirurgia Bariátrica? Quais são?

Dr. Amélio F de Godoy Mattos – As cirurgias podem ser divididas em dois tipos: o primeiro, onde há uma redução do tamanho do estômago, estabelece restrições. Existem três variações neste tipo de cirurgia bariátrica. Elas são denominadas: 1) banda vertical ajustável; 2) gastroplastia vertical; 3) gastroplastia vertical com by-pass em y de Roux. Esta última, chamada Capella ou Fobi-Capella, é a mais utilizada e foi desenvolvida por cirurgiões. Além da restrição por diminuição do volume do estômago, ocorre uma pequena disabsorção dos alimentos, porque eles deixam de passar pela primeira parte do intestino delgado.

O segundo tipo de Cirurgia Bariátrica é a disabsortiva (ou Derivação bilio-pancreática), chamada de cirurgia de Scopinaro. Neste caso, o paciente tem mais liberdade de comer maior quantidade de alimentos, já que não há grande diminuição do estômago que fica com 2/3 do seu tamanho. O que funciona aqui é o grande desvio do alimento, que vai para o intestino grosso.

Em que casos de obesidade a cirurgia é recomendada? Quais as contra indicações?

Dr. Amélio F de Godoy Mattos – A recomendação é para pacientes com índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 40, ou igual ou maior que 35, caso ele tenha comorbidades associadas à obesidade, como diabeteshipertensãodislipidemias. A cirurgia também é indicada em pacientes com idade entre 18 e 65 anos e história de tratamentos clínicos, por pelo menos 1 ano, sem sucesso.

Em todos os casos existem duas perguntas a serem respondidas: 1) o paciente está dentro dos critérios de indicação? 2) há algum critério de contra-indicação, tais como doenças graves como cirrose hepática, doenças renais, psiquiátricas, vícios (droga, alcoolismo), disfunções hormonais, etc?

Em todos os casos o paciente deverá, obrigatoriamente, ter pleno conhecimento das características, necessidades, riscos e limitações de cada cirurgia. Ele deverá participar de reuniões com a equipe multiprofissional e com pacientes já operados para poder ter certeza da sua decisão.

Que profissionais estão envolvidos na cirurgia?

Dr. Amélio F de Godoy Mattos – A equipe é composta por cirurgiões, endocrinologista, nutricionista, psiquiatra ou psicólogo (no nosso caso preferimos ter os dois)

É necessário o acompanhamento psicológico?

Dr. Amélio F de Godoy Mattos – O acompanhamento não é obrigatório. Somente para aqueles em que o endocrinologista ou cirurgião julgue necessário. Todos, sem exceção, têm de passar por entrevista prévia com o psicólogo ou psiquiatra.

Quais os cuidados a serem tomados antes e depois da operação?

Dr. Amélio F de Godoy Mattos – Depende de cada caso, mas há uma regra geral: avaliação clínico-laboratorial com exames de sangue, radiografia de tórax, ultra-sonografia e ou tomografia do abdômen, avaliação cardiológica, endoscopia digestiva e pesquisa de H. Pylori e avaliação de função respiratória que será quão mais aprofundada quanto mais obeso ou complicado seja o caso. Caso o paciente tenha alguma doença que necessite tratamento e controle prévio a cirurgia será adiada até que se obtenha a melhor condição clínica.

Quais as reações do organismo após a operação?

Dr. Amélio F de Godoy Mattos – O paciente já sai do hospital, em média, com menos dois quilos. Nos primeiros meses, a redução no peso chega ser de sete a oito quilos. Os pacientes com quadro de diabetes melhoram imediatamente, chegando a reduzir ou interromper o uso de insulina (diabetes tipo 2). A complicação mais difícil de ser tratada é a pressão arterial. Ela demora mais a estabilizar e o paciente não interrompe o uso de medicamentos.

Os pacientes operados deverão continuar a fazer dieta após a operação?

Dr. Amélio F de Godoy Mattos – A expressão correta não é “fazer dieta”. Os pacientes necessitarão uma orientação nutricional para evoluírem de uma alimentação líquida para pastosa e, depois, para sólida. Há a necessidade de suplementar a dieta com compostos ricos em proteínas nos primeiros dias ou meses, cuidadosa orientação para os alimentos que podem causar “impactação” e orientação permanente para uma alimentação com os vários micronutrientes e macronutrientes. Isto varia de paciente para paciente. Em alguns posso necessitar suplementar mais cálcio, em outro ferro e vitamina B, etc.

Após a cirurgia o paciente continuará usando algum medicamento?

Dr. Amélio F de Godoy Mattos – Sim. O maior problema destas cirurgias a longo prazo é a desnutrição. Entenda-se aqui que um déficit de vitamina B12, embora não haja déficit de outras vitaminas ou de algum macronutriente. Casos de desnutrição são comuns. Em pacientes com desnutrição grave é necessária a internação. É obrigatório a suplementação com vitaminas e, frequentemente, temos que repor mais a B12. O ferro também é necessário com frequência.

Porque a suplementação nutricional é importante na dieta após a cirurgia bariátrica

A cirurgia bariátrica hoje é considerada o método mais eficaz para controlar e tratar casos de obesidade severa. Além de ajudar na perda de peso, seus benefícios incluem a melhora ou cura de doenças crônicas como diabetes e hipertensão.

Porém, devido a limitação de ingestão e absorção de nutrientes na dieta pós cirurgia bariátrica, os pacientes têm um risco mais elevado de desenvolver deficiências nutricionais.

A deficiência de diversas vitaminas tem sido notada, inclusive, antes mesmo do procedimento cirúrgico, o que mostra a necessidade de acompanhamento nutricional.

Porém, para prevenir ou tratar as deficiências nutricionais que podem surgir com as mudanças anatômicas resultantes da técnica cirúrgica escolhida, é preciso utilizar a suplementação nutricional na dieta pós-bariátrica.

Como funciona a cirurgia bariátrica

Uma das técnicas mais utilizadas é a derivação gástrica em Y-de-Roux.

Esse procedimento diminui o tamanho da cavidade gástrica, limitando a quantidade de alimentos que pode ser ingerida, e também reduz a área do intestino que tem contato com o alimento.

A perda de peso acontece tanto pela redução na ingestão de alimentos, má absorção de nutrientes como pelo efeito fisiológico, por meio das mudanças hormonais e vias de sinalização no sistema nervoso central. Atualmente é sabido que o efeito fisiológico representa o mecanismo mais importante para emagrecimento e controle das doenças relacionada à obesidade.

Os principais nutrientes que podem não ser absorvidos corretamente pelo corpo na dieta posterior à cirurgia bariátrica são: ferro, tiamina, ácido fólico, cálcio e vitaminas A, B12, D, E e proteína. A deficiência nutricional pode ocorrer dependendo da técnica cirúrgica, estado nutricional prévio a cirurgia e individualidade do paciente.

Assim, a dieta do pós-cirúrgico é fundamental para o bem-estar e a saúde do paciente. Além de uma alimentação saudável e balanceada, é indicado o uso de suplementação nutricional para tratar e prevenir as possíveis deficiências nutricionais.

A importância da suplementação na dieta pós-cirurgia bariátrica

Para um corpo ser considerado saudável, ele precisa de nutrientes diversos em quantidades específicas. Os minerais e as vitaminas também são essenciais para diversos processos biológicos responsáveis por regular o peso corporal de forma direta ou indireta.

Esses micronutrientes ajudam na regulação do apetite e da fome, do metabolismo de carboidratos e lipídios, da taxa metabólica, da absorção de nutrientes, das funções das glândulas suprarrenal e tireoide, de atividades neurais e do armazenamento de energia, entre outros.

Assim, a inclusão da suplementação nutricional na dieta pós-cirurgia bariátrica deve ser procedimento padrão. Isso porque muitas vezes os sintomas dessas deficiências passam despercebidos, fazendo com que o problema só seja notado quando já se agravou.

A suplementação proteica é outro ponto essencial, pois assim como as vitaminas e minerais, ajuda o paciente a perder peso de forma saudável, no seu bem-estar e qualidade de vida. Lembrando que a suplementação nutricional precisa ser feita considerando as necessidades de cada paciente.

 

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5 motivos para afirmar: emagrecer com cirurgia bariátrica não é fácil

Comigo nunca aconteceu (até agora), mas sei que é extremamente comum ouvir variações da seguinte frase: “mas, com bariátrica, até eu emagreço!”. Não condeno quem pensa assim. Até eu mesma ser operada, via a cirurgia como uma ferramenta que me permitiria fazer com facilidade o que jamais consegui – fechar a boca. Cheguei a dizer, inúmeras vezes, “esta cirurgia será um freio”, “será uma barreira física que me impedirá de comer”, “vou poder comer tudo, só que pouco, e nunca mais vou engordar”.

O que eu estava querendo era terceirizar uma responsabilidade que sempre foi minha. Hoje, penso que abracei essa responsabilidade, mas não sem contar com uma ajuda externa, que tive a coragem de pedir. Para mim, que trabalho com questões psíquicas, era ainda mais difícil assumir essa dificuldade. Criei a fantasia de que precisava ser perfeita. E isso tinha tudo a ver com gerir com eficiência meu consumo de calorias e gorduras, além dos níveis de sedentarismo. Suspiro de alívio: que bom, eu não preciso ser perfeita, nenhum psicanalista precisa e, na verdade, é até bom que não seja.

Voltando à frase que mais cedo ou mais tarde atinge os bariátricos, a de que é fácil emagrecer com cirurgia, acho que só é possível desconstruir esse tipo de pensamento a partir da experiência. As cirurgias bariátricas ou metabólicas têm dois lados, um ótimo e outro verdadeiramente ruim. É preciso abrir mão de parte do estômago e, em alguns casos, mudar a rota do intestino para descobrir.

O que eu descobri neste primeiro mês é que agora tenho uma nova chance de mudar de vida. Não só de perder peso, o que, evidentemente, acontece, mas de cultivar novos hábitos. Eu perdi 11 quilos desde que operei e já me sinto muito mais disposta. Durmo menos (antes, eu praticamente hibernava), ando mais, muito mais, sem perder o fôlego, consigo recusar iguarias que antes repetiria sem dó ou sofreria demais se comesse só uma porção. Finalmente, vejo alguns contornos corporais se definindo no espelho.

O lado complicado vem em forma de lista. Preparados?

1) Cirurgias são arriscadas

De acordo com o dado mais recente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, de 2010, a taxa de mortalidade média relacionada à operação por via laparoscópica (o meu caso) é de apenas 0,23% – abaixo do índice de 1% estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) -, contra 0,8% a 1% da cirurgia aberta (laparotomia). É um risco baixo, mas existe. E eu poderia ter morrido. Não senti medo de operar até me ver deitada numa maca fria, com um avental revelador (e constrangedor) e chegar ao centro cirúrgico. Como não tenho religião, crença ou mesmo fé em qualquer deus, tive que me lançar ao incerto da vida e esperar voltar da anestesia com saúde. Meus últimos pensamentos antes de apagar tinham a ver com “precisava mesmo estar aqui?”. Bem, eu queria.

2) Durante 21 dias você não vai ingerir nada além de líquidos ralos (nem sopinha cremosa pode)

Cada cirurgião segue seu protocolo, então talvez você conheça alguém que não passou 21 dias fazendo uma dieta líquida. Mas todos, todos os cirurgiões, irão estabelecer um prazo para que você só tome líquidos, nada mais, em goles pequenos por uma semana, duas, três ou até um mês. Não existe fome, mas isso não significa que você não enlouqueça sentindo aromas. E eles parecem ainda mais intensos e tentadores. A definição perfeita de privação (não no conceito psicanalítico).

3) Comida, finalmente!

Você sonhou tanto com esse dia e agora ele está bem aqui, à sua frente. Prepare-se para entalar. A verdade é que para você ter uma boa experiência em sua primeira refeição de verdade, será necessário mastigar muito bem os alimentos. Tão bem que eles deverão ficar pastosos antes de chegar ao estômago. Nesse processo, a comida vai perdendo seus sabores e texturas. Não é de todo ruim, na verdade é excelente prestar atenção ao ato de comer. Mas exige uma adaptação e tanto. E quando você esquece, lá estão dores horríveis a lembrar que um pedaço de comida está parado na entrada do seu estômago. E não há jeito de fazer descer. Resta esperar.

4) O medo de tudo ser em vão

Pessoas que sofrem para emagrecer ou mesmo que não conseguem emagrecer irão continuar lidando com esse fantasma após a cirurgia. O corpo pode ter uma grande ajuda para acelerar o metabolismo, mas em alguns momentos ele vai parar, simplesmente parar. Mesmo comendo pouco e comendo coisas saudáveis, será comum enfrentar períodos de estagnação e a sombra da vergonha, frustração e desespero vai começar a dar o ar da graça. O que nos leva ao quinto tópico desta lista.

5) É preciso se controlar

Ou seja, voltamos ao começo do texto. Pessoas que fizeram cirurgia bariátrica não poderão comer qualquer besteira com frequência. A simples diminuição das quantidades não garante que não haverá reganho de peso, razão pela qual muitos operados voltam a engordar ou não conseguem emagrecer tanto quanto gostariam. Emagrecer com cirurgia é um empurrão para, rapidamente, adotar práticas saudáveis que o antigo peso impossibilitava (além dos fatores psíquicos, como vergonha de sair de casa). Com a cirurgia, é possível perder 30, 40 quilos em meses. Sem cirurgia, isso pode levar anos. Mas, como a maior parte das pessoas, nós também precisamos vigiar o que comemos para o resto da vida. Então pergunto: será que existe mesmo um caminho fácil?

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Estudo inédito aponta que a pressão alta é controlável com o procedimento – e faz especialistas discutirem o futuro do que já se chama “cirurgia metabólica”.

Um dos trabalhos que mais chamou a atenção no último Congresso Americano de Cardiologia, realizado no início do mês na Califórnia, é brasileiro. Não para menos: a pesquisa, feita no Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, indica que a cirurgia bariátrica pode ser mais eficaz do que os remédios no combate à hipertensão de difícil controle.

“É a primeira vez que se mostra, com o mais alto nível de evidência, que ela tem efeito específico contra essa doença, assim como já vimos no diabetes tipo 2”, aponta o cirurgião Ricardo Cohen, coautor do artigo e coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na capital paulista.

No levantamento, 100 hipertensos com IMC (índice de massa corpórea) entre 30 e 39,9 – o que os caracteriza como obesos – foram divididos em dois grupos, sendo que todos já usavam pelo menos dois medicamentos. Metade foi submetida à redução de estômago e seguiu tomando remédios, enquanto o restante combinou as pílulas com orientação nutricional.

A expectativa inicial era a de que a cirurgia diminuísse em 30% o número de drogas ingeridas diariamente. Mas o resultado surpreendeu: um ano depois, 51% dos operados voltou a exibir níveis normais de pressão e parou de engolir os comprimidos, algo que não aconteceu em ninguém da outra turma. Só não se sabe se, depois de mais alguns meses, a hipertensão voltaria a dar as caras (e se as medicações evitariam isso).

“De qualquer jeito, o mais interessante é que a melhora começou a aparecer antes de o peso diminuir, provavelmente por causa das mudanças metabólicas promovidas pelo procedimento”, aponta Carlos Schiavon, cirurgião bariátrico e autor principal do trabalho.

O achado vem pouco tempo depois do uso da bariátrica ser ampliado para diabéticos tipo 2 com IMC acima de 30 – antes, ela só era preconizada para pacientes com esse número na casa dos 35. E chama a atenção, porque a pressão cronicamente alta é mais prevalente no Brasil do que o diabetes.

“Para ter ideia, 80% dos diabéticos são hipertensos, mas só 25% dos hipertensos são diabéticos. Estamos falando de 35 milhões de pessoas, e sabemos que o controle da doença hoje é precário”, expõe o cardiologista Marcus Bolívar Malachias, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

A investigação ainda precisa continuar por muito mais tempo antes de tirarmos conclusões finais. Contudo, ela abre precedente para que a operação de redução de estômago vire uma opção contra a hipertensão. Até mesmo porque a balança tem muito a ver com o distúrbio.

O peso da hipertensão

“Os estudos mostram que cerca de 12% dos hipertensos são resistentes aos tratamentos, sendo que 80% deles são obesos, um grupo que está em risco muito maior de infartos e derrames”, aponta Malachias.

Em outras palavras, emagrecer com medidas mais conservadoras (exercício físico, alimentação saudável…) melhoram demais o quadro. “Dados robustos indicam que dez quilos a menos já reduzem de 5 a 20 milímetros de mercúrio da pressão sistólica”, destaca o cardiologista Luiz Aparecido Bortolotto, diretor da Unidade de Hipertensão do Instituto do Coração, em São Paulo. Exemplo: um sujeito com 140 por 80 (ou 14 por 8, considerado um hipertenso hoje) chegaria até aos saudáveis 120 por 80 (12 por 8).

Isso por vários motivos. “No obeso, há uma maior retenção de líquidos e de sódio, além da liberação de substâncias inflamatórias que aumentam a resistência dos vasos. Sem contar que esses indivíduos frequentemente têm apneia do sono, condição que contribui para o quadro”, explica Bortolotto.

Quando recorrer à cirurgia

Antes, a indicação para a redução de estômago era possuir um IMC acima de 40. Ou mesmo acima 35, desde que com comorbidades associadas, a exemplo do próprio diabetes e da hipertensão.

O fato de a barra ter caído para 30 no caso dos diabéticos abre espaço para se pensar em operar também hipertensos com IMC entre 30 e 34,9 – a obesidade de grau 1, como denominam os experts. Cabe lembrar que esse, digamos, excesso de peso menos grave foi incluído na pesquisa do HCor.

“Determinadas pessoas ficam doentes já nessa etapa, e esse é um fator determinante para indicar a cirurgia”, comenta Caetano Marchesini, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. “Mas ela não deve de forma nenhuma substituir o tratamento clínico, com remédios e outras intervenções”, completa. Segundo ele, o procedimento seria uma opção para quando o indivíduo não responde aos métodos convencionais.

Malachias dá sua opinião: “Acho válido pensar em redução da faixa mínima recomendada, especialmente para o hipertenso grave. Mas é preciso tomar cuidados para que ela não se prolifere sem os critérios adequados”.

Já a médica Maria Edna de Melo, presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), adota um tom mais crítico. “Os dados atuais são insuficientes para recomendá-la nessa situação”.

Por quê? “Os estudos até agora avaliam o desfecho num período que chamo de lua de mel, de um a dois anos depois da cirurgia, quando os pacientes apresentam seus melhores resultados”, opina Maria Edna. “Trata-se de um procedimento invasivo e irreversível, então é preciso muito cuidado na hora de recomendá-la a um paciente que poderia perder peso de outras maneiras”, encerra a médica.

E é inegável: a cirurgia metabólica realmente traz efeitos adversos consideráveis. Daria para destacar a maior dificuldade de absorção de nutrientes, o que pode gerar deficiência nutricionais. E mesmo o risco elevado de desenvolver uma compulsão ou transtorno psiquiátrico.

Ou seja, a cirurgia bariátrica não é o Santo Graal contra a hipertensão. Nem contra a obesidade ou o diabetes. E sua indicação exige critério e acompanhamento de vários profissionais.